A expansão das milícias no Rio de Janeiro: uso da força estatal, mercado imobiliário e grupos armados

Descrição:
O presente projeto parte da constatação de que o poder armado das chamadas milícias vem se expandindo na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana, ao longo das últimas duas décadas. Tal expansão tem contribuído para alterar a configuração dos conflitos entre grupos armados territoriais no Rio de Janeiro, que se tornaram ainda mais complexos, caracterizando um quadro volátil, não completamente estabilizado. Se, antes, a questão criminal carioca e fluminense estava centrada nas disputas territoriais entre “comandos” ou “facções” do tráfico de drogas e os tiroteios entre esses grupos de traficantes e a polícia, hoje o fenômeno das milícias parece ter crescido em importância. Estes grupos armados se envolvem também em disputas territoriais e controlam territórios cada vez mais extensos, onde controlam ilegalmente ou cobram taxas extorsivas sobre os mercados de serviços essenciais como água, luz, gás, TV a cabo, transporte e segurança, além do mercado imobiliário. Para a compreensão da expansão das milícias, o projeto tem como objetivo entender as bases econômicas e políticas desse fenômeno no Rio de Janeiro. Tomando como referência o período de 2005-2020, de notável fortalecimento das milícias e de alcance dos dados que iremos levantar. Buscaremos testar a hipótese de que, em comparação com os outros grupos armados do Rio de Janeiro, as milícias estão presentes em territórios onde a valorização imobiliária foi muito grande e o enfrentamento bélico com as forças estatais bastante reduzido.

Financiamento:
Fundação Heinrich Böll

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